23/10/2010

Plebeu

Plebeu suado, atrevido e faceiro
com a túnica branca ou listrado alvinegro.
Veio de longe, de muito longe!
Lutou para esquecer a pobreza.
Venceu! Tornou-se um rei.
Nele sobravam a perseverança
e a coragem da valentia de um líder,
parecia que tinha tres corações!
Por onde cavalgava, eloquência os adversários,
sempre corpulentos e covardes.
Certo dia foi revogada a lei Pagão
e escolhido o rei dos campos de batalhas
graças os próprios méritos
com a aprovação unânime do povo e da corte.
Enumerava as vitórias e tentos,
seus ataques contra os alvos tinham destinos certeiros!
Foram mil. Muito mais!
O grito de guerra ecoava vibrante,
fora do tempo e espaço
parecia que o tempo parava por uns instantes
ficou na lembrança do mundo.
Abraçava os seus guerreiros a cada tento.
O rei permanecerá na memória não mais em um,
dois ou três, mas em todos corações da terra.
Aos toques dos clarins dos escudeiros.
O povo e a corte aclamavam a sua astúcia genialidade;
e elegia o verdadeiro e único rei do século!
Com seu sorriso puro,
socava o ar e beijava a cruz sobre
a armadura do guerreiro valente.
Deixava sempre o castelo para conquistar
novos tesouros em campos de batalha estrangeiros
se aventurando com os seus bravos soldados.
Várias vezes permutava sua túnica tradicional
por outra verde, azul, amarela e branco.
Outros reis, príncipes, marajás
e imperadores de reinos aliados próximo
das montanhas da serra de um maravilhoso mar,
que não se sabia o por que chamavam de Rio.
Se juntavam, preparavam as batalhas de exibição
e aventuravam em guerras a favor da disputa de estatueta
de ouro de muito valiosa, que depois desapareceu...
Após derrotar oponentes, levava a paz,
pedia proteção as crianças e todos sentiam-se honrados ao seu lado.
Mas um dia o rei trocou de corte,
deixou o castelo mais famoso do mundo do sul,
por outro mais afortunado que conquistou ao norte,
encontrando uma nova cultura, outros tesouros,
outras línguas e outro povo.
Os súditos do sul lamentam por não ter havido
um herdeiro com espírito de rei em suas fileiras
e eram humilhados com derrotas.
Mas tudo chegaria ao fim,
o rei está no seu merecido descanso,
com a missão cumprida,
longe dos campos de batalhas,
dos soldados, dos adversários e do castelo do sul,
onde só restaram os bobos da corte!
®
escrito em 1989 por tossan
***
photo de Baraçal

14/10/2010

Contrastes

Homenagem a fotografia de Armindo C. Alves (clique no nome)
Os contrastes nos surpreendem,
intrigam e desapontam.
Procuramos ler o motivo e atribuímos,
causas e razões....
Não há justificação nem tem que haver.
Ao ruído enervante do vento frio segue-se
o som de mil pingos abafando
na sua humidade o sapateardes incauto solitário
se deslocando à noite na calçada.
Bela e inesperada a visão.
Mas, chuva na Primavera?
Sem justificação?
Chuva, chuva é água.
Água é vida..., quero molhar-me.
***
por Armindo C. Alvez

04/10/2010

Da Liberdade

Vai que podes!
Isso é tão verdadeiro e sincero!
Sentir, pensar, crescer,
Aprender, esquecer
Rebelar, aquiescer
Subir, descer, viver!
És livre!
Ao que preferir escolher
A tudo que desejar
A tudo satisfazer
Os desejos do corpo
As aspirações da alma
Vai que podes!
Isso é tão verdadeiro e sincero!
A mim E a ti também!
Doar Abster
Vai que podes!
Isso é tão verdadeiro e sincero
Quanto a materialidade
Que tudo contém
Quanto as contingências
Que muito mantém
Vai que podes!
Isso é tão verdadeiro e sincero
Quanto o coração profundo e secreto
Que sempre, sempre atento
Em última instância
É este, quem bate o martelo!
Vai que podes!
Isso é tão verdadeiro e sincero
Quanto a aprovação desejada
De uma vida glorificada
E tão verdadeiro e sincero
Quanto a existência da espada!
***(É-se livre... para fazer,
com os recursos que possui, o melhor.)
por Luciene de Morais
http://humanidades-e-afins.blogspot.com/
***
photo por Edison Baraçal