Pela janela
por descuido,
pessoas assistem
à cenas insólitas.
Pela janela
as alcoviteiras,
velhas e moças
fazem intrigas.
Pela janela
o movimento de pessoas
desempregadas
e afoitas engolem
os classificados.
Pela janela
a adolescência
se droga e se vicia.
Pela janela
a testemunha assiste
à assaltos, estupros
e sequestros.
Pela janela
os gemidos da mocinha
perdendo a hipocrisia.
Pela janela
além da paisagem, alguém
espera a própria morte.
(poema&photo por tossan)
12/01/2010
Janela
Desejo de Vencer
Venceria na vida a qualquer custo,
de qualquer jeito.
Os meios não importavam.
Seria respeitado,
admirado, aclamado.
Estudou todos os estudos,
trabalhou além de todos os limites,
arriscou planos e projetos,
e um dia, sentiu o sabor do desejo realizado.
Vencera na vida.
Vencera a vida.
Uma noite, ao chegar em casa,
cansado de tantos cansaços,
saboreou um chandon e,
pela primeira vez,
notou não haver ninguém
a lhe fazer um brinde.
Deitou a taça,
deitou o corpo
e fitou o vazio...
por Edmundo Colen
09/01/2010
Vinho
vou recolher meu tempo dos interstícios,
das falhas, dos erros da estrada.
lá, onde se acumulam,
como água de chuva recente,
um minuto e alguns
outros remanescentes
de horas dispersas,
indiferentes entre si.
de joelhos com a boca feito
um animal buscar nos vãos do asfalto
o que me sobra do meu ou
o que esquecem do deles.
feito um animal com a boca seca
de sedenão obstante cheia da água
daqueles mesmos vãos.
movido pela intuição?
que um dia há de ter.
por essa saudade prematura.
por uma fé ao inverso.
vou recolher meu tempo
dos interstícios, das falhas,
dos erros da estrada.
por b.m
http://poesiasevinho.zip.net
das falhas, dos erros da estrada.
lá, onde se acumulam,
como água de chuva recente,
um minuto e alguns
outros remanescentes
de horas dispersas,
indiferentes entre si.
de joelhos com a boca feito
um animal buscar nos vãos do asfalto
o que me sobra do meu ou
o que esquecem do deles.
feito um animal com a boca seca
de sedenão obstante cheia da água
daqueles mesmos vãos.
movido pela intuição?
o instinto, irrefutável lógica da falta:
bebe agora pela vontadeque um dia há de ter.
por essa saudade prematura.
por uma fé ao inverso.
vou recolher meu tempo
dos interstícios, das falhas,
dos erros da estrada.
por b.m
http://poesiasevinho.zip.net
02/01/2010
Flor
Não venhas afarpalhar
O meu coração.
Tenhas dó de mim,
Não me faças chorar.
Já não te basta,
ter que,
Dividir-te com a lua,
Com o sol e o com o ar.
Tenhas dó,
deste pobre jardineiro,
Que te plantou te regou,
Mas que não pode te apanhar.
Assim é o meu penar de amor
Que vê aquela linda menina
Botão em flor a desabrochar,
Que as mãos de outro jardineiro
Suas pétalas vão acariciar.
José Aparecido Botacini
José Aparecido Botacini
Homenagem ao poeta
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