Passo por caminhos que ainda não conheço Tudo me parece sombrio,
Apesar da luz que insiste em se mostrar,
Nada do que faço parece ser somente meu,
Entretanto, existe afeto.
E nas noites de horas atentas,
O sol nasce cinzento.
Não me assusta a opacidade do dia
Minhas lentes me dão cores vivas.
Caminho pelo cais olhando as gaivotas.
Encontro a poesia.Já é lixo,
em pedaços molhados pelas ondas.
Dentro, existe muito mais do que vejo.
São sentimentos que se misturam e me confundem.
Amor, ambição, plenitude, desejo...
Então não viajo sozinho.
Comigo agora estão: Drumonnd,
Quintana, Manuel Bandeira,
Cora Coralina, Paulo Leminski, Cecília Meireles,
Fernando Pessoa e suas faces...
Por fim Castro Alves fala por mim.
“Deus ó Deus, onde estás que não respondes?
Em que mundo, em que estrela tu te escondes?”
Benditas sejam as palavras molhadas!
Que bela mistura de maresia e versos!
Viva a alegria dos que voam!
por J. Machado